sexta-feira, 13 de junho de 2008

.tempo


A mercê de desejos surreais, de planos extremamente falíveis, de expectativas frustradas, da alegria que se afasta, do vento gelado que se sobrepõe ao sol.

A frente da presença constante da dúvida, ao continuo desengano de realidades ilustradas.
A angústia companheira de noites a fio, as lágrimas que já nem se contém. Entregue ao clima de solidão com chuva e frio, ao clima de melancolia.
A vontade inusitada de consumir e o conformismo de não poder fazê-lo.
À unidade, à individualidade que torna um mais do que nunca único, isentando-o de todo alicerce de companhia e de apoio.
A tristeza da comparação dos níveis éticos, sociais e de caráter.
Ao olhar frio e sem esperança de uns que dependem de outros e a ostentação desnecessária e desumana praticada em lugar fechado, claro e com boa comida.
Ao silêncio da noite que permite a reflexão do dia, da noite, da vida, que não consola e que não aconselha é nele mesmo simplesmente silêncio…
As coisas ruins que não fazem isenção total das boas, porém ora sim, ora não, vem como ondas de maré alta que afoga os afoitos que correm sós.
E os mares, marés, situações e circunstâncias adormecem os sentimentos dos conflitos de um ser único co-relacionado a tantos outros na convivência cotidiana que pode ser bem vivida, mas que quando com tantos fatores elevados ao quadrado, não tão bem vivida assim.

A inércia se torna inerente ao tempo de tomar decisões.
Os fatos insolúveis tendem a desmotivar, a fazer o olhar ficar mais baixo e o silencio predominar.
Destes tempos restam as lembranças, das quais apagaria todas do outro para que restasse apenas o que vem.

Um comentário:

lesadopelogolpe disse...

Você tem alma de poetisa.